" Para os meus olhos quando chorarem,
terem belezas mansas de brumas,
que na penumbra se evaporam...
Para os meus olhos quando chorarem,
terem doçuras de auras e plumas...
E as noites mudas de desencanto
se constelarem, se iluminarem
com os astros mortos que vêm no pranto...
As noites mudas de desencanto...
Para os meus olhos, quando chorarem...
terem divinas solicitudes
pelos que mais os sadrificarem...
Para os meus olhos quando chorarem
Verterem flores sobre os palures...
Para que os olhos dos pecadores
que os humilharem, que os maltratarem
tenham carinhos consoladores,
se, em qualquer noite de ânsias e dores,
os olhos tristes dos pecadores
para os meus olhos se levantarem...
(para mim mesma)"
Cecília Meirelles
Martha Paiva
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