exercício com verbalizações

exercício com verbalizações
É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes nem a oração de cada instante. É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz,
o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos severos conosco, pois o resto não nos pertence.
Cecilia Meireles

sábado, 29 de março de 2008

Para o estudo da Palavra

SEMÂNTICA HISTÓRICA

Afrânio Garcia (UERJ)

1- INTRODUÇÃO



Muitos filólogos e estudiosos da história da língua esquecem-se, durante o transcurso de suas pesquisas, de que assim como as palavras mudam sua forma e sua sintaxe através dos tempos, também seu significado vai se modificando com o passar dos anos, em decorrência de uma série de fatores sociais e culturais.

Na minha pesquisa atual, intitulada “Relativismo lingüístico: relações entre semântica, cultura e sociedade”, tenho me dedicado ao estudo das diferenças de significação das palavras da língua portuguesa atual não só em relação à sua significação em outros estágios da nossa língua, como também em relação à significação de palavras sinônimas em outras línguas, tentando descobrir as diferentes nuances de significação que estas palavras possuem em outros estágios da língua ou em outras línguas, através da comparação de seus contextos sintático-semânticos e, quando necessário, pragmáticos.

Na tentativa de determinar os motivos que levam a essas diferentes acepções de uma mesma palavra através dos tempos, ou de palavras sinônimas em línguas estrangeiras, costumo encontrar fatores sociais, culturais, antropológicos e históricos interessantíssimos, que muito engrandeceriam a pesquisa filológica, se os ilustres pesquisadores normalmente não esquecessem do “detalhe semântico” nas suas pesquisas.

Este trabalho tem por finalidade rememorar, ou até apresentar, conforme for o caso, as principais mudanças semânticas, suas características mais marcantes e seus fatores determinantes, com profusão de exemplos explanatórios, chegando mesmo a discorrer sobre a história desta ou daquela palavra, cuja história confunda-se com a própria história da humanidade, com o objetivo precípuo de despertar a atenção dos senhores pesquisadores e filólogos para a importância e dimensão que a semântica histórica tem no estudo dos textos da língua portuguesa e da própria língua.

O suporte teórico para este trabalho é, quase que exclusivamente, o excelente livro “Semântica: uma introdução à ciência do significado” de Stephen Ullmann, até hoje a melhor obra a tratar de semântica histórica e mudança semântica.





2- POLISSEMIA



A principal causa da mudança semântica, ou seja, da mudança de significado de uma palavra através dos tempos, é a polissemia, que consiste no fato de uma determinada palavra ou expressão adquirir um novo sentido além de seu sentido original (do grego polissemia = muitas significações). A seguir, veremos alguns exemplos que ilustram como esse processo que leva à mudança semântica é extremamente produtivo e diversificado.

1) A palavra gato, do latim catu(m), servia para indicar originalmente um tipo de felino de pequenas dimensões; como este felino tem o hábito de andar silenciosa e furtivamente, a palavra gato adquiriu, por um processo metonímico de associação entre o modo de andar de um ladrão e de um gato, o sentido de ladrão, gatuno; mais modernamente, um outro tipo de associação metonímica, entre a beleza de um gato e de seus movimentos e a beleza de um jovem, gerou para a palavra gato um novo significado, de homem belo, com seu feminino gata; por último, a idéia de gato como ladrão associada ao fato de que o felino gato gosta de escalar postes e fios levou ao surgimento de mais um novo sentido para essa palavra: instrumento para roubar luz dos fios ou postes.

2) A palavra fazenda, do latim vulgar fac(i)enda, significava originalmente as coisas que devem ser feitas; ainda no português arcaico passou a designar não mais as coisas a serem feitas, mas as coisas já feitas por alguém ou em algum lugar; desse segundo sentido, desenvolvem-se dois outros sentidos, de conjunto de bens ou haveres, sentido em que aparece em Vieira, visto que quando alguém faz algo, esse alguém provavelmente passa a possuir o que fez ou o produto da venda daquilo que fez, ou de mercadorias ou produtos de uma determinada pessoa, povo ou região, sentido em que aparece constantemente no século XVIII; dessas duas acepções da palavra fazenda, desenvolve-se uma quarta, de recursos financeiros do poder público, até hoje presente em determinadas expressões, como Ministério da Fazenda, Secretaria da Fazenda; da idéia de fazenda como mercadoria ou produto desenvolvem-se dois outros significados: grande propriedade rural, onde são gerados vários produtos agrícolas, e pano ou. tecido, visto que com a chegada da Revolução Industrial o primeiro produto, a principal mercadoria a ser produzida em larga escala foi o tecido (vale a pena mencionar aqui o uso do termo fabric do inglês com o mesmo significado).

3) A palavra olho, do latim oculu(m), indicava originalmente o órgão da visão; com o passar dos tempos, através de inúmeras associações metonímicas e metafóricas, passou a indicar também várias coisas que tivessem a idéia de círculo, de orifício ou de centro, tais como olho da batata (calombos circulares da batata), olho da letra (espaço circular em letras como b ou p), olho do furacão (o centro do vórtice de um furacão), olho d’água (um buraco, geralmente circular, que se enche de água), olho do queijo (buracos que se formam na fermentação de determinados queijos), botar no olho da rua (idéia de centro da rua), etc.

4) A palavra estilo, do latim stilu(m), designava originalmente uma pequena haste usada para escrever, um tipo de caneta antigo; em associação com essa idéia de escrita, desenvolve-se um novo sentido para estilo, que passa a indicar a maneira específica de escrever ou falar de uma pessoa ou de um grupo de pessoas: estilo conciso, estilo afetado, estilo didático, etc.; a partir desse segundo sentido, desenvolve-se a idéia de estilo como precisão ou perícia no escrever: ele escreve com estilo; também a partir do sentido de maneira de escrever, desenvolve-se um quarto sentido, mais nitidamente literário, de características específicas de um autor ou grupo de autores, como quando falamos do estilo de Machado de Assis ou dos estilos de época; como há até bem pouco tempo o ato de escrever era um apanágio da classe dominante, sendo a maioria do povo analfabeta, a palavra estilo adquire um novo sentido, de refinamento, de bom gosto, como em móveis de estilo, um homem de estilo; por último, o sentido original da palavra estilo, de pequena haste, é recuperado na palavra estilete, indicando punhal fino, pequena haste de grafite, etc.

Repare-se que, em certos casos, os novos significados passaram a existir, mas a palavra conservou seu significado original, como em gato e olho, enquanto que, em outros casos, o significado original da palavra deixa de existir ou de ser usado, como em fazenda e estilo.Se adotarmos uma postura restritiva, podemos dizer que, no primeiro caso temos uma variação semântica, quando dois ou mais significados concorrem numa mesma palavra, e que só no segundo caso temos realmente uma mudança semântica, quando o significado original da palavra deixa de existir (ou de ser usado) e ela passa a ter somente o(s) novo(s) significado(s). Mas essa divisão entre variação semântica e mudança semântica é um mero detalhe, já que em ambos os casos a palavra desenvolve um novo significado.

Mais importante do que ficarmos divagando sobre a diferença entre variação semântica e mudança semântica, no entanto, é identificarmos os processos que levam a essa variação ou mudança semântica, como veremos a seguir.





3- METONÍMIA E METÁFORA



Os processos mais comuns que levam à mudança no significado de uma palavra são as metonímias e as metáforas. Invertemos propositalmente a ordem em que esses termos são apresentados nos compêndios de semântica porque a metonímia é muito mais comum como processo propiciador da mudança de significado do que a metáfora. Isto porque, de acordo com a definição tradicional, a metáfora é um processo que envolve uma similaridade de significados, ao passo que a metonímia é um processo que envolve uma contigüidade de significados. Ora, para termos uma similaridade entre dois significados temos que ter uma relação mais ou menos rígida, em que um significado se assemelhe de uma forma razoavelmente nítida ao outro; já para termos uma relação de contigüidade entre dois significados basta que o feixe de fatores constituintes de um dos significados tenha algo a ver com o feixe de fatores constituintes do outro significado, ou seja, que os dois significados tenham algum ponto em comum. Esse ponto em comum pode assumir inúmeras formas, abranger vários tipos de relação, como parte-todo, continente-conteúdo, lugar-coisa, coisa-característica, causa-efeito, formas, objetivos ou funções comuns, e tantas outras aproximações que nossas mentes fazem constantemente entre um significado e outro na tentativa de melhor agrupar e apreender a enorme realidade, como disse Drummond.

Também não separamos a metáfora da metonímia porque, embora em algumas ocasiões a distinção entre metáfora e metonímia seja fácil e nítida, outras há em que mesmo um professor tarimbado e competente fica em dúvida sobre como classificar a associação que se estabelece entre dois significados. Por exemplo, quando Drummond fala “peixes circulando sob o navio que leva essa mensagem” em que o navio remete, nitidamente, para o poema, temos uma metonímia, em que o autor aproxima a função do navio (ir de um porto a outro) da função do poema (ir de uma alma a outra), ou temos uma metáfora, em que o poema é semelhante a um navio, indo de um lugar ao outro no mar da vida. Dificílimo optar por esta ou aquela interpretação.

A metonímia é bem mais produtiva do que a metáfora como processo modificador do significado das palavras. Uma das suas ocorrências mais freqüentes é na criação de nomes para novos objetos, conceitos ou ramos do conhecimento, e é interessante notar que muitas vezes, embora estas novas denominações sejam extremamente transparentes, raros são aqueles que percebem sua origem como veremos nos exemplos abaixo.

5) A palavra avião, do francês avion, significava ave grande; quando foi inventado um aparelho com asas que voava, nada mais normal do que chamá-lo de avião.

6) A palavra tela indicava um tipo de tecido; quando o cinema foi inventado, ele era projetado num retângulo deste tecido montado sobre uma base, que passou a ser chamado, muito simplesmente, de tela; com a chegada da televisão e outras formas de vídeo, o termo tela generalizou-se para designar a porção plana do aparelho onde se projetam as imagens.

7) A palavra caneta foi inicialmente usada para indicar um pequeno tubo, uma pequena cana, à qual se ajustava uma ponta para escrever; o uso do termo caneta se generalizou, mas praticamente ninguém, a não ser um pesquisador de semântica ou história da língua, o associa a uma pequena cana.

8) A palavra músculo designava um pequeno rato, sendo o diminutivo do latim mus (que deu origem ao mouse do inglês); como os médicos da Idade Média, ao olharem para o músculo exposto de um paciente, o acharam parecido com um filhote de rato, sem pêlo, deram-lhe o nome de musculu(m), que se mantém em várias línguas até os dias de hoje.

Já as metáforas são bem menos produtivas, talvez por serem mais profundas e poéticas, na evolução de novos significados das palavras. Também nesse caso, a maioria dos falantes muitas vezes não faz idéia da origem da palavra, embora seja bastante óbvio, como veremos nos exemplos seguintes.

9) A palavra ferina tinha o sentido de próprio de fera, feroz; hoje em dia é muito comum se ouvir falar em linguagem ferina, crítica ferina, etc., mas a maioria dos falantes do português a entende como maldosa ou cruel, sem associa-la a fera.

10) A palavra terno provém do latim teneru(m), que também deu tenro, significando originalmente tenro, mole; da imagem metafórica de uma pessoa mole, que se deixa paralisar pelos sentimentos, sem vitalidade, surgiu o significado atual de terno, como afetuoso, brando.

11) A palavra porco indicava originalmente uma espécie de animal e passou a indicar, por um processo metafórico, as pessoas que são sujas como um porco.





4- MUDANÇAS PEJORATIVAS



Muitas mudanças de significados são pejorativas, ou seja, palavras de sentido positivo ou neutro adquirem um matiz pejorativo. Essas palavras são importantes por retratarem os hábitos, os pensamentos e os preconceitos de uma determinada época, como veremos nos exemplos que se seguem.

12) A palavra vilão tinha o significado original de habitante de uma vila; devido ao preconceito que as pessoas da época tinham contra os pobres, que moravam nas vilas, a palavra vilão foi desenvolvendo, pouco a pouco, o sentido de grosseirão, malvado.

13) A palavra rapariga tinha (e, em Portugal, ainda tem) o sentido de moça, mulher jovem; como muitos homens abastados de outrora tinham raparigas como concubinas, o português do Brasil passa a diferenciar moça (necessariamente virgem) de rapariga (que podia ou não ser virgem), ficando o termo rapariga, principalmente no Nordeste, quase como sinônimo de prostituta.

14) A palavra criado tinha o sentido de uma pessoa, órfã ou filha de pobres, que era criada como filho por uma família; como a hipocrisia e a crueldade que sempre caracterizaram a sociedade brasileira transformava esse “filho adotivo” num empregado doméstico sem salário, a palavra criado adquire o sentido de serviçal doméstico.

Às vezes, as mudanças pejorativas têm por origem um eufemismo (palavra usada em lugar de outra, para atenuar seu sentido negativo ou ofensivo), que perde sua razão de ser, como é o caso dos exemplos seguintes.

15) A palavra cretino, usada hoje em dia para indicar uma pessoa de pouca inteligência ou estúpida, provém de uma palavra francesa que significava cristão; como era costume usar-se o eufemismo pobre cristão ou cristão para designar os loucos, a palavra adquiriu aos poucos o sentido de louco e finalmente seu sentido atual.

16) A palavra idiota significava simplesmente diferente; como era usada para indicar os deficientes, principalmente os deficientes mentais (à maneira da palavra especial hoje em dia), aos poucos adquiriu esse sentido, de deficiente mental, de estúpido.





5- MUDANÇAS AMELIORATIVAS



Um outro tipo de mudança de significado é aquela que Ullmann chama de ameliorativa, em que uma palavra de sentido negativo (ou neutro) adquire um sentido positivo. Normalmente, tratam-se de termos grosseiros ou jocosos que são atenuados com o passar dos anos, como podemos constatar abaixo.

17) A palavra perna indicava originalmente perna de animal (equivalente aos termos atuais pernil ou pata); devido ao seu constante uso em relação às pernas do seres humanos, ela adquire o sentido de perna humana ou animal, que mantém até hoje.

18) A palavra barriga era pejorativa, significando inicialmente barrica (pequeno barril); com o tempo ela passa a indicar o ventre, seja magro ou gordo.

19) A palavra marechal indicava tão somente o criado das cavalariças; com o tempo, ela vai ganhando importância, até significar o posto máximo do exército.









6- MUDANÇAS DEVIDAS AO TABU



Muitas vezes, uma palavra deixa de ser usada devido a ter-se tornado um tabu, uma palavra proibida, seja por medo, por delicadeza ou por decência. Nesses casos, outra palavra, geralmente um eufemismo, vem substituir a palavra que não pode ser dita, fazendo com que esta nova palavra desenvolva um novo significado. Seguem alguns exemplos que ilustram bem esse processo.

20) A palavra diabo, do grego diabolon, possuía originalmente o sentido de opositor, sendo usada em decorrência do tabu de medo para evitar que fosse dito o nome do ente diabólico (da mesma forma que, hoje em dia, as igrejas cristãs fundamentalistas usam o eufemismo o Inimigo); com o tempo esse eufemismo adquire o sentido de ente diabólico.

21) As palavras vagina e ânus, oriundas das palavras latinas vagina e anulus, significavam respectivamente vagenzinha e anelzinho, eufemismos devidos ao tabu de decência; atualmente, elas se tornaram termos científicos amplamente difundidos, mas a segunda começa a ser alvo do mesmo tabu de decência, não sendo mais admissível numa conversa polida.

22) A palavra miserável, por seu caráter pejorativo muito forte, passa a ser substituída, devido ao tabu de delicadeza, pela palavra excluído, que pouco a pouco vai adquirindo o significado de miserável.

23) A palavra lepra também passa a ser substituída pela palavra hanseníase devido ao tabu de delicadeza.







7- ESPECIALIZAÇÃO DO SIGNIFICADO



Certas palavras desenvolvem um novo sentido quando são postas num contexto diferente daquele em que costumavam ser empregadas, naquilo que Ullmann chama de especialização de significado, como podemos constatar nos exemplos abaixo.

24) A palavra companhia significava simplesmente o oposto de solidão; quando utilizada no âmbito do comércio, passa a ter o significado de empresa que têm vários donos.

25) A palavra ação indicava um movimento para realizar algo; no âmbito jurídico, passa a indicar um tipo de processo, enquanto que no âmbito financeiro passa a indicar um documento de uma operação de risco.

26) A palavra foca indica um mamífero aquático; empregado no âmbito jornalístico, significa repórter inexperiente.





8- AMPLIAÇÃO DE SIGNIFICADO



Certas palavras passam de um significado original mais restrito para um significado mais geral, como podemos constatar pelos exemplos abaixo.

27) A palavra armário indicava na Idade Média um lugar específico para se guardar as armas; por um processo de ampliação de significado, ela passa a designar qualquer móvel destinado a guardar coisas.

28) A palavra paquerar designava especificamente observar pacas com intuito de caçar ; num processo de ampliação de significado, passa a indicar observar mulheres com interesse.

29) A palavra clássico indicava apenas os autores e obras que eram lidos em classe (sala de aula); por um processo de ampliação de significado passa a indicar qualquer autor ou obra aclamado ou famoso.





9- RESTRIÇÃO DE SIGNIFICADO



Num processo inverso ao descrito acima, algumas vezes palavras de significado geral passam a ter um significado mais restrito, como podemos verificar pelos exemplos abaixo.

30) A palavra ministério significava originalmente o ofício de alguém, aquilo que uma pessoa devia fazer; com o tempo, há uma restrição de significado e a palavra ministério passa a indicar somente o ofício de um sacerdote ou o lugar dos ministros.

31) A palavra paixão indicava qualquer emoção profunda, positiva ou negativa (daí a Paixão de Cristo); atualmente, houve uma restrição de significado e o termo paixão passou a indicar apenas emoção profunda positiva.

32) A palavra cachorro, proveniente do basco, indicava qualquer tipo de filhote; por um processo de restrição de significado, passa a indicar filhote de cão e o próprio cão.









10- EQUÍVOCOS DE INTERPRETAÇÃO



Uma das causas mais estranhas e fascinantes da mudança de significado é aquela que ocorre devido a um equívoco na interpretação da palavra. Como neste tipo de situação cada caso é um caso, vejamos alguns bem interessantes.

33) A palavra missa não tinha nada a ver com a cerimônia religiosa, constituindo o particípio passado do verbo mittere (terminar). Como a missa era sempre celebrada em latim e sempre terminava com a fala “Ite missa est” (Esta (cerimônia) está terminada), o povo entendeu erroneamente que a palavra missa era o nome da cerimônia, significado que se mantém até hoje.

34) A palavra acusativo para designar o objeto direto deriva de um erro de leitura da palavra causativo que perdura até hoje.

35) A palavra floresta tinha o significado original de área do lado de fora da cidade e era escrita foresta (conferir o inglês forest e o francês forêt); como a parte de fora da cidade normalmente era arborizada, o povo entendeu que ela era derivada de flora e significava mata, daí sua forma e significado atuais.





11- PALAVRAS QUE CONTAM HISTÓRIAS



Certas palavras têm uma história tão interessante que vale a pena contá-las; elas são parte da própria história e nos ajudam a entender melhor o mundo em que vivemos e o mundo do qual viemos. Deleitemo-nos, pois, com essas palavras que contam histórias.

36) A palavra escravo serve para que tenhamos uma visão mais ampla do problema da escravidão, muitas vezes situada apenas em termos da escravidão negra. Faz-se necessário entender que a escravidão era uma prática plenamente aceita, assim como a guerra e o saque, em tempos bem mais cruéis que os atuais. A escravidão primordial, que se estendeu por toda a Antigüidade, era basicamente uma escravidão de homens brancos, o que é cabalmente demonstrado pelo fato de a palavra escravo ser oriunda de sclavu(m), que por sua vez provém de slavu(m), que significava eslavo, um povo que vivia nas fronteiras do Império Romano e era freqüentemente capturado para servir de escravo, daí a evolução do significado da palavra para o significado que permanece até hoje.

37) A palavra rastaquera, do francês rastra coeur, indicava originalmente o novo rico, o afetado, que arrastava o coração (rastra coeur) pela Europa e desprezava as coisas e costumes do Brasil; o fato de ela ter evoluído para indicar indivíduo sem valor, sem qualidade, mostra bem o estofo de que eram feitos esses “emergentes” de outrora.

38) A palavra amor tinha originalmente um sentido passivo, indicando a qualidade de ser amado; será a influência germânica, com sua sociedade que valorizava bem mais as mulheres do que a sociedade romana, que transformará o sentido da palavra amor em ativo, indicando o sentimento de amar.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Estudos com textos

WORD HISTORIES

Conhecer uma palavra desde sua origem é como conhecer uma pessoa desde pequena.

Ricardo Schütz
Atualizado em 11 de junho de 2007
A palavra etimologia, etymology em inglês, vem do grego étumos (real, verdadeiro) + logos (estudo, descrição, relato) e significa hoje o estudo científico da origem e da história de palavras. Conhecer a evolução do significado de uma palavra desde sua origem significa descobrir seu verdadeiro sentido e conhecê-la de forma mais completa. O estudo etimológico de palavras, além do aspecto curioso, demonstra as origens comuns e as semelhanças encontradas no plano de vocabulário entre as línguas européias, como é o caso do inglês e do português.

barbaric - ou 'bárbaro' vem do grego barbaros, uma palavra onomatopéica para referir-se aos estrangeiros cujas línguas os gregos não entendiam e interpretavam como bar bar bar (semelhante a 'blá blá blá' em português). Revela o preconceito lingüístico dos antigos gregos, os quais, apesar da grande contribuição deixada para a humanidade nas artes e nas ciências, negligenciaram totalmente o estudo de línguas e culturas diferentes da sua. Posteriormente, a palavra passou a ser usada com a conotação de 'rude, incivilizado', e é com esse significado que acabou sendo transmitida para as línguas modernas.

bible - a origem da palavra bible (bíblia) é remota. A forma mais antiga de livro de que se tem notícia era um rolo de papiro, planta abundante às margens do rio Nilo, usada pelos antigos egípcios, gregos e romanos para escrever. A palavra grega para papiro era biblos, derivada do nome do porto fenício de Byblos, hoje Jubayl, Líbano, através do qual o papiro era exportado. O plural de biblos em grego era ta biblía, que significava literalmente 'os livros', e que acabou entrando para o latim eclesiástico para designar o conjunto de livros sagrados que compõem a bíblia.

calculate - a origem das palavras calculate e calculation (calcular, cálculo) é o latim. Calculus em latim tinha o significado de pedra, pedrinha, daquelas que, em dado momento, na antigüidade, passaram a ser usadas para contar e calcular preços e posteriormente para ensinar crianças a contar. Calculus deu origem também à palavra 'cálculo' (como em cálculo renal), calculus em inglês.

Canada - a provável origem do nome deste país é a palavra kanata (povoado) da língua indígena iroquês. O povo iroquês, do qual faziam parte também os cherokees, habitavam grandes áreas do continente norte-americano. A palavra foi trazida para o vocabulário das línguas ocidentais pelo explorador Jacques Cartier em 1535 para referir-se à região nordeste da América do Norte. Dizem que Jacques Cartier certa vez perguntou a um nativo iroquês o nome da terra onde se encontrava. Este, sem entender a pergunta, imaginou que o explorador branco estivesse se referindo ao povoado do local e respondeu: - kanata (povoado).

crucial - a origem desta palavra, que tem o mesmo significado e a mesma ortografia em inglês e português, é a palavra crux (crucis no genitivo) do latim. O uso desta palavra com o sentido de decisivo, crítico, é uma metáfora criada pelo escritor e filósofo inglês Francis Bacon em 1620. A metáfora refere-se não à cruz, símbolo do cristianismo, mas ao cruzamento, à encruzilhada formada por duas estradas que se cruzam e onde viajantes, não familiarizados com o caminho, teriam que tomar uma decisão "crucial", que afetaria drasticamente seu destino.

delete - é interessante de se observar como uma palavra, às vezes, migra ao longo dos séculos, de um idioma para outro, por caminhos tortuosos. O verbo delete vem do latim delere (apagar) e passou do francês para o inglês no século 15. No português, acabou derivando no adjetivo indelével (que não dá para apagar), e, finalmente agora, no virar do milênio, a palavra, na forma de verbo e com seu sentido original (deletar), reaparece no português proveniente do inglês.

education - 'educar' vem do latim educare, por sua vez ligado a educere, verbo composto do prefixo ex (fora) + ducere (conduzir, levar), e significa literalmente 'conduzir para fora', ou seja, preparar o indivíduo para o mundo.

É interessante observar que o termo 'educação' em português possui uma conotação não encontrada na palavra education do inglês. Enquanto que em português a palavra pode ser associada ao sentido de boas maneiras, principalmente no adjetivo 'educado', em inglês educated refere-se unicamente ao grau de instrução formal.

Friday - Friday, sexta-feira em inglês, vem do alemão antigo Fria (deusa do amor) + daeg (dia) do inglês antigo. Na verdade, trata-se de uma adaptação do latim dies veneris (dia de Vênus). Fria ou Frigg era a deusa nórdica do amor, correspondente a Vênus da mitologia romana, deusa da formosura, do amor e dos prazeres. Coincidência ou não, parece que já na antigüidade a sexta-feira era dia do agito. É ainda curioso observar-se que, com exceção do português, a maioria das línguas ocidentais usam nomes de deuses da mitologia romana para os dias da semana. Também os planetas do sistema solar carregam nomes de deuses romanos.

gazette - gazette (mesma ortografia em inglês e francês) ou 'gazeta' em português, vem do italiano gazzetta, que era o nome de uma pequena unidade monetária do século 16. Uma gazzetta era o preço que se cobrava em Veneza do transeunte que quisesse dar uma lida no jornal sem comprá-lo.

grammar - o mesmo que 'gramática' do português, está presente no inglês desde o século 14. A palavra vem do grego, tendo passado pelo latim, daí para o francês e do francês para o inglês. Grammata em grego significava letras (do alfabeto). Para uma época em que a maioria era analfabeta e a misteriosa arte de escrever era uma área de conhecimento exclusiva dos poucos escolarizados, a palavra assumiu um sentido de coisa incompreensível, até mesmo relacionada à magia negra.

husband - husband (marido) está ligado a house, pois vem do antigo nórdico (da Escandinávia) húsbóndi, composto de hús (house - casa) + bóandi (habitante, morador); ou seja, aquele que existe ou que habita uma casa, também provavelmente relacionado a bind (unir, juntar), significando aquele que com sua presença e trabalho, consolida a união da família. Conseqüentemente esta palavra está também ligada à idéia de agricultura, pois na idade média trabalho consistia predominantemente em plantar e criar animais e a distinção entre 'morador de um lugar' e 'agricultor' não era muito clara. Isto pode ser observado na palavra husbandry (agricultura).

Indian - a palavra indian, ou 'índio', na Europa da Idade Média, aplicava-se não apenas aos habitantes da região hoje conhecida como Índia, mas também a todas as regiões mais distantes do desconhecido Extremo Oriente.

O comércio com o Extremo Oriente era altamente lucrativo, mas a jornada por terra era longa, difícil e cara. Foi isso que acabou motivando as grandes navegações e os descobrimentos por parte de Portugal e Espanha. Quando Cristóvão Colombo alcançou as terras da América, crente que havia descoberto o caminho para as Índias navegando na direção oposta à dos Portugueses, não titubeou em chamar os nativos ali encontrados de índios.

Foi portanto fruto de um tremendo erro de geografia que a palavra 'índio' passou a designar os nativos das novas terras das Américas.

introduce - ou 'introduzir' significa literalmente 'levar para dentro', e é proveniente do latim introducere, composto de intro (dentro) + ducere (conduzir, levar). É interessante observar que os sentidos predominantes da palavra introduce em inglês são os de 'usar pela primeira vez', e 'apresentar ou ser apresentado a alguém', ou seja, ser levado a conhecer por dentro algo ou alguém. O verbo ducere do latim também deu origem às palavras duct (duto), duke (duque), educate (educar), produce (produzir), etc.

Monday - o sentido etimológico de Monday (segunda-feira) é o de 'dia da lua' (moon day), adaptado do latim lunae dies que acabou dando origem também a lunes em espanhol, e Montag em alemão.

OK - considerado por muitos como o mais bem sucedido de todos os americanismos usados hoje no mundo, OK é também uma das palavras que suscitam mais dúvidas e mistérios quanto a sua origem. A teoria mais aceita hoje diz que as iniciais OK representam oll korrect, forma ortográfica jocosa de all correct (tudo certo) usada no início do século 19. OK aumentou em popularidade durante a campanha presidencial de 1840, ao ser usado como slogan do então candidato Martin Van Buren cujo apelido era Old Kinderhook.

plumber - o símbolo da química para o elemento chumbo é Pb, do latim plumbum (chumbo). Uma vez que o encanamento hidráulico para distribuição de água nas edificações era feito de chumbo desde os tempos de Roma até há poucos anos atrás, antes do advento dos canos de PVC, não é de estranhar que em inglês, desde o século 14, a pessoa que instala e conserta encanamentos chame-se plumber (encanador), literalmente, chumbador, aquele que lida com chumbo.

sabotage - ou 'sabotagem' vem do francês sabot, que significa 'tamanco'. A palavra surgiu a partir da revolução industrial e aparentemente se originou do ato de trabalhadores grevistas e descontentes que intencionalmente jogavam seus tamancos nas máquinas para causar danos e paralisações. É possível que o termo esteja associado também ao ato desleixado de caminhar ruidosamente, arrastando os tamancos.

salary - ou 'salário' vem do latim salarium, significando 'do sal'. Isso se explica porque os soldados do Império Romano recebiam uma quantia periódica para compra de sal, uma mercadoria de grande importância e alto valor na época. Além de servir para melhorar o sabor dos alimentos, servia para melhor conservá-los, numa época em que não havia refrigeração.

sandwich - a origem da palavra sandwich (sanduíche) está na Inglaterra do século 18. Sandwich é o nome de um distrito na municipalidade de Kent. John Montagu, the Earl of Sandwich (Conde de Sandwich), era de tal maneira viciado no jogo de cartas, que para não ter que interromper o jogo durante as refeições, ele pedia que lhe servissem fatias de carne entre duas fatias de pão torrado. Daí surgiu o sanduíche.

sarcasm - sarcasmo vem do grego sarx (carne) e do verbo daí derivado sarkázein (arrancar carne). Um comentário sarcástico portanto, é aquele que "arranca carne", isto é, que fere.

sarchofagus - a palavra 'sarcófago' vem do grego sarkophágos, sarx (carne) + phágos (comer), significando literalmente 'comedor de carne'. Este termo era usado no mundo antigo como denominação de um determinado tipo de pedra calcárea usada para fabricação de urnas funerárias que tinha a propriedade de causar uma rápida decomposição.

school - a palavra school, obviamente ligada à palavra 'escola' do português, tem sua origem mais próxima no latim clássico schola, que por sua vez originou-se do grego skhole, que significava 'lazer'. Se para os gregos que viveram um século antes de Cristo, busca de conhecimento era lazer, parece uma ironia do destino que muitas escolas hoje representam um verdadeiro tormento a seus jovens freqüentadores.

soap opera - soap opera (telenovela) é composto da palavra soap (sabão, sabonete) + opera (ópera) e sua origem não é tão antiga. O rádioteatro a partir dos anos 30 e a televisão a partir dos anos 50 nos EUA, popularizaram os dramas melodramáticos retratando situações domésticas cotidianas. Aqueles programas da televisão americana eram (como o são ainda hoje) predominantemente no horário após o almoço, e eram dirigidos principalmente ao público feminino.

É preciso entender que na época a indústria de cosméticos não dispunha da mesma variedade de produtos supostamente proporcionadores de beleza tais como xampus, condicionadores, reparador de pontas, rinse, pomadas, cremes e líquidos hidratantes, esfoliantes, antioxidantes, anti-rugas, revitalizadores, rejuvenescedores, etc. Os produtos que na época exploravam a idéia de proporcionar beleza, tanto à pele como aos cabelos, eram simplesmente os sabonetes.

É preciso também entender que uma grande porcentagem da população feminina na época não possuía carreira profissional nem emprego, e encontrava-se normalmente em casa neste horário após o meio-dia. Se aceitarmos o fato de que grande parte do público feminino é atraído por melodramas, e de que este mesmo público tem preocupação com a beleza estética e é facilmente influenciado pela idéia de adquiri-la, facilmente entenderemos porque os melodramas em TV eram freqüentemente patrocinados por marcas de sabonete, dando origem ao termo soap opera.

Finalmente, se considerarmos que óperas foram no século passado e no início deste uma das mais altas manifestações artistico-culturais da humanidade, facilmente compreenderemos o tom irônico da palavra opera na expressão soap opera para as telenovelas de hoje.

superficial - esta palavra, de ortografia idêntica em inglês e português, vem do latim superficialis, um derivado de superficies (surface em inglês e 'superfície' em português). Superficialis, por sua vez, é composto do prefixo super (sobre) e facies (face); ou seja: a face de cima. O sentido predominante atual, de ser aquilo ou aquele que se preocupa apenas com a aparência externa, surgiu só no século 16.

superman - o criador desta palavra não foi nenhum norte-americano: foi o filósofo alemão Friedrich Nietzsche que cunhou a palavra übermensch para referir-se ao ser humano superior, evoluído intelectualmente, emocionalmente e espiritualmente, que transcende o bem e o mal - certamente nada a ver com o personagem das revistas em quadrinhos e dos filmes de hoje, corruptela comercial, barata e moderna do verdadeiro super-homem visionado pelo grande filósofo. Foi só em 1903 que o teatrólogo britânico George Bernard Shaw usou pela primeira vez a versão inglesa da palavra.

text - ou 'texto' vem do latim texere (construir, tecer), cujo particípio passado textus também era usado como substantivo, e significava 'maneira de tecer', ou 'coisa tecida', e ainda mais tarde, 'estrutura'. Foi só lá pelo século 14 que a evolução semântica da palavra atingiu o sentido de "tecelagem ou estruturação de palavras", ou 'composição literária', e passou a ser usado em inglês, proveniente do francês antigo texte.

toilet - a palavra toilet (vaso sanitário) está ligada a 'toalha', a 'têxtil', e também a 'texto' do português. A origem é novamente o latim texere (tecer), que por sua vez originou toile (pano, toalha) e toilette (pequena toalha) em francês. O significado de toilette evoluiu para o ato de lavar-se, vestir-se e arrumar-se: fazer a toalete. Foi só na metade do século 19 que nos EUA a palavra passou a ser usada como sinônimo de lavatory (pia ou vaso sanitário).

trivial - os educadores medievais reconheciam 7 artes liberais divididas em 2 grupos: as 3 elementares, denominadas em latim como o trivium de tri (três) + via (caminho) e as outras 4, mais elevadas, denominadas de quadrivium (4 caminhos). As artes do trivium eram a Gramática, a Lógica e a Retórica. As artes do quadrivium eram: Aritmética, Música, Geometria e Astronomia.

Em paralelo, o adjetivo trivialis do latim, além de referir-se às 3 artes do trivium, tinha também o significado de comum, ordinário. Ou seja, a qualidade pertinente a um ponto de encontro, a uma junção de três vias ou caminhos. Isto presumivelmente porque em tais locais públicos, por onde todo mundo passa, as pessoas eventualmente paravam para uma conversa inconseqüente, para botar a fofoca em dia.

Seja pela noção de que as artes do trivium talvez fossem menos importantes, ou porque nas esquinas e nos pontos de encontro de estradas as pessoas acabam parando para conversar sobre acontecimentos cotidianos, assuntos de pouca importância, o fato é que a partir de fins do século 15, a palavra trivial (de ortografia idêntica em português) passava a ser usada em ingês, assim como também em português, com o sentido de comum ou ordinário.

venereal - Vênus, a deusa romana da formosura e do amor é a origem da palavra venereal (venéreo). Foi através do adjetivo latino venereus, referente ao prazer ou ao intercurso sexual, que o inglês adotou venereal no século 15. Também venerate (venerar, adorar) do inglês, viernes (sexta-feira) do espanhol, vendredi (sexta-feira) do francês, camisa-de-vênus, a popular camisinha do português, e o nome do mais brilhante dos planetas têm origem no nome da deusa romana do amor.


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SOURCES
Ayto, John. Dictionary of Word Origins. New York: Arcade Publishing, 1993
Barnhart, Robert K. Chanbers Dictionary of Etymology. New York: Chambers, 2001
Houaiss, Antônio Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Editora Objetiva 2001
McArthur, Tom. The Oxford Companion to the English Language. New York: Oxford, 1992
Merriam-Webster. Webster's Word Histories. Springfield, Massachusetts: Merriam-Webster 1989

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Agradecemos as colaborações de Vinícius Morais Simões e Patrick Brown.
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domingo, 23 de março de 2008

Eu de novo, deu, deu??

Bem, preciso dizer que vi uma das imagens de Dionísio hoje.
Assisti Eu sou minha própria mulher...
"Quando nada acontece há um milagre que não estamos vendo." (Guimarães Rosa)
Poucas ou muitas palavras não atiantariam.
Em cartaz até amanahã no espaço AMF/ UNIMED, em Niterói.
Ou, procurem saber um pouco sobre a vida de Charlotte Von Mahlsdorf, alemã. Vale muito a pena...mesmo!!
Parabéns, infintas vezes para Edwin Luisi.
Encanto de uma pessoa, conciderem sempre as outras mil opniões...-Boca: gaveta de guardar língua e dentes.
Beijos, beijos...
Vamos levar as sobras de chocolate na segunda para aproveitar e tomar um banho de chocolate derretido na pele...é uma maravilha...rsrsrsrs

Martha Paiva