exercício com verbalizações

exercício com verbalizações
É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes nem a oração de cada instante. É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz,
o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos severos conosco, pois o resto não nos pertence.
Cecilia Meireles

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O consagrado dançarino e coreógrafo japonês Kazuo Ohno morreu às 4h de 01/06/2010 (16h de ontem em Brasília), vítima de insuficiência respiratória, no hospital de Yokohama, no Japão. Aos 103 anos, Ohno era o mais velho representante do estilo butô, que criou ao lado de Tatsumi Hijikata, morto em 1986. Alinhado ao teatro físico, o estilo influenciou a dança contemporânea em diversos países e chocou valores japoneses, abordando temas como morte, sexualidade e violência. Nascido em Hokkaido, filho de pai pescador e de mãe instrumentista, o dançarino apresentou o estilo ao público japonês em 1959, com ações performáticas em bares e cabarés do submundo de Tóquio. Por seu caráter marginal, a dança foi batizada de dança das trevas (Ankoku Butoh).

Kazuo sempre se apresentava vestindo trajes femininos e com o rosto pintado de branco. As mãos e pés, expressivos, dialogavam com o corpo em movimentos espasmódicos. “Assisti a La argentina e Mar morto, a gente aprende muito e absorve influências de uma arte que, dizem, foi muito marcada pelo expressionismo alemão”, comenta a coreógrafa Lenora Lobo, diretora da Cia Alaya Dança.

O coreógrafo veio três vezes ao Brasil — em 1986, 1992 e 1997. Na primeira, Ohno visitou o país a convite do diretor Antunes Filho. “Ele foi fundamental na dança contemporânea e nas artes cênicas, trouxe para o Ocidente uma linguagem e uma técnica antes desconhecidas por nós. Foi uma revolução em relação ao que nós tínhamos como referência”, diz a encenadora, atriz e coreógrafa Maura Baiocchi, que conheceu Ohno na Universidade de Brasília em 1986 e foi uma das pioneiras na introdução do butô no país.
essas informações eu tirei do correio braziliense. ass: tetsuo (tedi)
 homenagem apresentada em jun 2008 no sarau arco-íris sta. teresa.